domingo, 26 de fevereiro de 2012

Gerenciamento de Steakholders III

Os meus, os seus, os nossos amados e odiados Stakeholders

por Márcio Lopes - 10/02/2012

Quem já participou ou teve acesso em algum momento a um Planejamento Estratégico vai entender um pouco, quem não, fica na curiosidade para pesquisar e na ansiedade para vir a participar de um momento espetacular para qualquer empresa e carreira executiva. O Planejamento Estratégico vai definir não somente a estratégia e filosofia da empresa, como também uma série de planos de ações e consequentemente da estrutura orçamentária para determinado período.

E o que tenho vivido e participado, em contato com executivos e empresas, é o quanto eles e elas tem negligenciado de forma explícita uma das vertentes mais poderosas e impactantes para a sua sobrevivência, que é a relação com os seus stakeholders. Para aqueles que não sabem, stakeholders são, resumindo e sendo direto, todas aquelas partes que, direta ou indiretamente, podem influenciar na sua estratégia e consequentemente no resultado da sua Organização.

Surgem planos diretores e projetos na área tributária, de marketing, comunicação, recursos humanos, e todas as áreas com impacto financeiro para o negócio. Consultorias e profissionais são contratados para dar conta e gerar um resultado satisfatório e garantir a continuidade e crescimento da Organização. Investimentos e despesas são gerados para a execução dos planos mirabolantes. Mas percebo com muita preocupação e às vezes angústia (minha) o mínimo foco e direcionamento de energia equilibratória voltada para os steakholders daquela Organização. Não existe um equilíbrio. E aprendi há muito tempo atrás com o (meu) mestre Yoda que se existe um desequilíbrio da “força”, todo o sistema corre o risco de ser ameaçado. E esse desequilíbrio é sentido, mas poucos dão o valor real.

Um exemplo gritante e prático é o que passamos no ano de 2001 e voltamos a passar agora em 2012 com a paralisação da Polícia Militar no Estado da Bahia e com possibilidade de expandir para outras federações. De que adianta o Governo ter uma estratégia de captação de empresas, um sistema de marketing, uma planejamento de arrecadação tributária, um blá blá blá de planos? As empresas se estruturarem para aproveitar o momento excepcional do Brasil perante o mundo e não levar em consideração um dos personagens que compõem a relação dos seus steakholders, que no nosso caso é a Polícia Militar.

Passamos a ver Políticos “profissionais” e executivos “políticos” que não se aprofundam nos impactos que as relações podem e devem vir a ter. Ignoram completamente aquilo que acreditam não ser importante na sua área imediata de atuação, delegam (dizem) a terceiros suas responsabilidades, até mesmo porque tem que garantir a sua bonificação anual e não posso perder tempo me preocupando com um assunto que não fui “ensinado” a gostar e entender.

Grandes empreendedores e executivos tinham uma participação política muito grande em um passado não muito distante nas principais economias mundiais. Mas, o fato do resultado rápido e da transferência da responsabilidade está nos custando muito caro. Uma das pernas de sustentação da Organização pode não fazê-la quebrar de imediato, mas vai desestabilizá-la e comprometer o seu equilíbrio.

Sugiro o desenvolvimento de uma nova carreira e profissional, o Gestor de Stakeholders, um profissional muito, mas muito mais importante do que o presidente da sua empresa. Um profissional que tem que ter um perfil acima de tudo servidor e com grande capacidade de negociação, mas com a grande sensibilidade de não correr o risco de “esquecer” de alguém e acabar comprometendo o resultado, não só financeiro, mas de continuidade da Organização.

E no happy hour de hoje, olhe a lua, e perceba que, com um simples boa noite direcionado ao garçom que estiver lhe servindo, pode garantir um atendimento único e especial.

Disponível em http://genteemercado.com.br/os-meus-os-seus-os-nossos-amados-e-odiados-steakholders/

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